segunda-feira, 22 de outubro de 2012

**LINDO DIA 24/02/2012...é o que te desejo, a minha maneira

Nas minhas lembranças parece que foi ainda ontem que eu estava no aeroporto, prestes a pegar um vôo para São Paulo. Carregava a maleta um tanto pesada, com livros, agendas, remédio para hipertensão e tudo aquilo que dá medo de despachar e perder. Andei até o avião. Meu ombro doía. De repente me veio a sensação.

      - O que farei quando for idoso e não der conta de levar este peso?

      Foi desconfortável. À medida que fico madura, tomo consciência de que a cidade é feita para quem está no auge da saúde, com força total. Não gosto de chover no molhado, e cair em saudosismo romântico, dizendo que antes era bem melhor. Mas há uns trinta anos eu quebrei a perna direita e andei de gesso um bom tempo. Nunca havia imaginado que as pessoas pudessem ser tão simpáticas e solidárias. Sempre havia alguém para me ajudar a carregar meus livros escolares. Ofereciam-me o lugar para sentar. Uma colega fazia as anotações da universidade e oferecia para eu copiar quando chegava tarde na aula.

Agora parece que esse tipo de solidariedade automática, desinteressada, anda em extinção. São freqüentes as reportagens sobre as peruas que não param para idosos. Quando saiu a lei do passe livre, pude ver senhoras que  se divertiam visitando-se mutuamente. Sentiam se especiais, bem-cuidadas. Hoje me dói o coração quando passo em frente a um ponto de ônibus e vejo um grupo de velhas, muitas vezes no vento e no frio, esperando um tempo absurdo pelo transporte, como se fosse uma esmola. Pior: nem que queiram pagar conseguem. Muitos motoristas fogem diante dos cabelos brancos.

      Se entro em uma loja e vejo uma senhora idosa examinando um artigo em promoção, invariavelmente a vendedora está com ar impaciente. Prefere atender gente com vontade de comprar mais depressa. Pessoas idosas são muitas vezes solitárias. Gostam de conversar um pouco mais, de ter uma conversa amigável com o vendedor, com o garçom.

      Conversando com uma amiga dedicada a causas sociais, descobri que existem muitos voluntários para programas ligados à infância. Um número expressivamente menor para idosos. Como se pelo fato de já terem idade, não tivessem tanta importância assim. Mesmo nas famílias. As pessoas estão o tempo todo muito ocupadas. São poucas as com disposição para passar uma tarde ou uma noite batendo papo, preparando um jantarzinho melhor, trocando afeto. A velha é obrigada a entender que a vida da neta corre depressa, e que ela não tem paciência para seu ritmo mais lento, para suas recordações, para seu modo de ver o mundo. Talvez diferente, talvez conservador, mas nem por isso a troca de experiências seria menos válida.

      Penso que nossos ancestrais sabiam lidar melhor com a velhice. Viviam em cidades menores, os vizinhos se conheciam, e um ajudava o outro. Sempre havia alguém para fazer uma sopa, para pedir ajuda em caso de doença. Na cidade grande, é sempre uma correria onde freqüentemente se esquecem os valores humanos. É duro olhar para esse mundo e se perguntar:

      - O que será de mim, quando for velha?

      Talvez, se todos se fizessem a mesma pergunta, as coisas poderiam melhorar a partir de agora.

Walkyria Garcia

**PAI NOSSO DA QUARESMA - Carmem Balhestero

" Pai Nosso ó Grande Criador Cósmico Divino,

Que vossa Luz irradie e vibre, e acima de tudo amacie os corações de todos os Seres na Terra agora.

Que possais esculpir novos espaços dentro de cada um de nós, com a vossa "Presença".

Que possais preencher com criatividade tudo aquilo que nós somos.

Que possais fortalecer a nossa Mente Crística para que possamos prover o fruto da nossa Missão ao mundo neste momento de Quaresma.

Que nós possamos agir de acordo com os frutos da Vossa Consciência, de acordo com o Desejo Maior da nossa Presença "EU SOU".

Que todos possamos ser providos com a "Grande Sabedoria Infinita".

Que possamos compartilhar em cada ser as necessidades que crescem e florescem em todos corações.

"Pai ", ajudai-nos durante esta Quaresma a desfazermos os nós de todos os fios emaranhados do nosso destino.

Ajudai-nos mais uma vez unir os nossos corações na Verdade.

Que possamos libertar outras pessoas ou manifestações que não mais pertencem às nossas vidas.

Que possamos libertar fios que estejam presos por enganos passados.

Que vidas passadas sejam perdoadas, e que nesta Quaresma do Ano 2012, todos possamos vibrar na "Energia da Luz".

"Pai Crístico" que possamos não mais ser seduzidos pelas energias que nos distanciam da Luz e de nossa "Natureza Divina", mas que possamos Iluminar as oportunidades do momento presente, assim atraindo o potencial da Co-Criação de uma nova vida em nós agora.

" Vós, o Grande Círculo da Eternidade, Ó Grande Abundância Infinita, que possamos refletir Vosso Poder, a Grande Forma da Criação, a Grande Realização, e que juntos possamos nos unir para que possamos todos formar a Unidade no Ciclo Crístico da vida uma vez mais ".

Amor e Luz de todos os corações e de todas as Legiões de Luzes que brilham através da Quaresma do Ano 2012 .

**Homenagem aos artistas de todos os seguimentos - SAIMONLEITES SELAU

Homenagem aos artistas de todos os seguimentos.Saimon Leites Selau


Esse sistema não foi feito para os artistas!

Não sei cobrar pela minha arte... Meu pagamento de verdade seria o seu sorriso, um novo amigo, uma nova casa, um novo abraço, um novo laço...

Não sei viver no tempo... Cada traço guarda um infinito, não posso ser livre e sentir a poesia, o seu relógio nunca para, mas se eu demoro, não sobrevivo...

Não consigo ser igual... Interpreto a vida, um dia sou a flor
desabrochando, no outro o espinho que protege, num dia sou sol, no outro sou lua, o que eu faço com o preconceito?

Não sigo suas regras... Graças às regras do homem, a natureza agoniza e esses egóicos não entendem o equilíbrio perfeito, e tentam fazer mundinhos em volta do seu umbigo! Como ficarei todo apertado, nas etiquetas que te agradam?

Não uso máscaras... Represento personagens, isso se chama teatro, você usa máscaras, e isso se chama falsidade. Não consigo interpretar sem amor, e para ter amor é preciso coragem, você se acha forte mas é um fraco, por isso não entende o significado da liberdade...

Não consigo aprisionar a arte... Pirâmides não foram feitas em meses, nem obras de Leonardo, mas hoje tenho alguns minutos, para tentar convencer alguém longe, na frente de uma tela quadrada... Quadrada como os prédios do tempo de hoje, não vemos mais obra requintadas, por dinheiro temos que bater metas  e aproveitar cada segundo, pois quem
não corre... Pára.

Portanto, os artistas estão esquecidos no lado direito do cérebro...
Somos estrelas cadentes, que aparecem de vez em quando, para que algum desiludido com saudade de sonhar.

**HORA da POESIA - Reginaldo Honório da Silva - TATUAGEM

TATUAGEM NO VENTO
© Reginaldo Honório da Silva
 
 
Tatuei no vento a última lembrança
Que tinha do teu rosto
Trazia na fé a certeza de que sairias de mim
E não mais ocuparias meus pensamentos
Não mais me serias musa de encantos românticos
Serias apenas uma lembrança tatuada no vento
Que num sopro mais forte arrastaria ao infinito
Passaram tufões, furacões e tempestades
E teu rosto continua tatuado no vento
Como se encarnado na minha pele fosse.
 
Rio Claro, 20 de fevereiro de 2012, às 10h25min.

**HORA do POETA - Reginaldo Honório da Silva - SE O VENTO NÃO SOPRAR

SE O VENTO NÃO SOPRAR
© Reginaldo Honório da Silva

Se o vento não soprar no outono
As declarações de amor que postei
Nas folhas de verde esperança
Que amarelecidas – na dita estação – cairão
Morrerão aos pés do arvoredo
Sem que saibas da angelitude
Que me encontrava quando postava
Declarações do amor infinito
Aos teus cabelos de finos fios negros
Teus castanhos olhos bonitos
Tua boca de guloso beijo
Teu cheiro de fêmea ardente
E teu calor de mulher amante.

Mas se o vento soprar no outono
Levará nas folhas amarelecidas
Todo amor que derramo alhures
E disperso em versos confessos
Quiçá te encontrará ainda
Nos mesmos sonhos de escola
Na mesma paixão adolescente
E te faça lembrar da menina
Que tive nos braços quando mulher
E que se foi sem prévio aviso
Quando os ventos de outono
Ignorantes do meu amor por ti
Te sopraram de mim para distante.

Rio Claro, 17 de fevereiro de 2012, às 10h50min.