O nome dele é Mario. Mario Moreno. Vivia falando que havia
emprestado o nome para Cantinflas, um reconhecido
humorista da época. E ainda falava que não somente o nome,
mas também "a verve humoristica".
Homem alegre, de bem com a vida...
Carioca da gema, daqueles que tinha o maior orgulho em
dizer que havia aprendido a ser homem com os revézes da vida.
Que sua escola havia sido o morro, e os professores seus
companheiros de samba.
Filho mais velho de uma familia classe média alta,
deixou tudo para trás, conforto, posição, por não compactuar
com situação de desamor familiar. O que esse homem mais
repudiava era exatamente isso: desamor.
Dizia ele que a falta de amor entre duas pessoas que haviam
se unido em nome desse sentimento maior, só poderia levar a
traição, iniquidade, desavenças, maus exemplos.
Maus filhos. E ele se dizia um exemplo vivo disso.
E que "havia saido fora" enquanto restava em sua alma a
poesia, a música, o orgulho de Ser por inteiro.
E foi lá, no morro, um diferente de cabelos loiros e olhos azuis,
que resgatara seu interior, sua fé no Ser e no Amor.
Entre pessoas humildes materialmente mas de grandeza impar,
pois dividiam entre si a alegria e se socorriam
mutuamente nas tristezas.
Este era o conceito que ele tinha do morro carioca.
E hoje, ao ver esta imagem do Zé Carioca chorando, lembrei-me
desse homem. E pela primeira vez me ocorreu agradecer
por ele não estar mais aqui, apesar de ter sido e
ainda ser o meu referencial maior.
Que coisa boa meu pai amado, você estar certamente
jogando capoeira, cantando tuas músicas e declamando
teus versos em um morro ai em outra dimensão.
Se aqui estivesse, se tivesse que conviver com o que fizeram com
teu morro e tua gente, certamente não teria sido possivel
manter o brilho nos teus olhos, e eu os veria fechar para esta
vida com a mesma lágrima que o Zé está derramando.
É isso ai meu pai...menino esperto que soube
sair de cena antes de último ato.
Walkyria Garcia
12/01/2008
emprestado o nome para Cantinflas, um reconhecido
humorista da época. E ainda falava que não somente o nome,
mas também "a verve humoristica".
Homem alegre, de bem com a vida...
Carioca da gema, daqueles que tinha o maior orgulho em
dizer que havia aprendido a ser homem com os revézes da vida.
Que sua escola havia sido o morro, e os professores seus
companheiros de samba.
Filho mais velho de uma familia classe média alta,
deixou tudo para trás, conforto, posição, por não compactuar
com situação de desamor familiar. O que esse homem mais
repudiava era exatamente isso: desamor.
Dizia ele que a falta de amor entre duas pessoas que haviam
se unido em nome desse sentimento maior, só poderia levar a
traição, iniquidade, desavenças, maus exemplos.
Maus filhos. E ele se dizia um exemplo vivo disso.
E que "havia saido fora" enquanto restava em sua alma a
poesia, a música, o orgulho de Ser por inteiro.
E foi lá, no morro, um diferente de cabelos loiros e olhos azuis,
que resgatara seu interior, sua fé no Ser e no Amor.
Entre pessoas humildes materialmente mas de grandeza impar,
pois dividiam entre si a alegria e se socorriam
mutuamente nas tristezas.
Este era o conceito que ele tinha do morro carioca.
E hoje, ao ver esta imagem do Zé Carioca chorando, lembrei-me
desse homem. E pela primeira vez me ocorreu agradecer
por ele não estar mais aqui, apesar de ter sido e
ainda ser o meu referencial maior.
Que coisa boa meu pai amado, você estar certamente
jogando capoeira, cantando tuas músicas e declamando
teus versos em um morro ai em outra dimensão.
Se aqui estivesse, se tivesse que conviver com o que fizeram com
teu morro e tua gente, certamente não teria sido possivel
manter o brilho nos teus olhos, e eu os veria fechar para esta
vida com a mesma lágrima que o Zé está derramando.
É isso ai meu pai...menino esperto que soube
sair de cena antes de último ato.
Walkyria Garcia
12/01/2008
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