sábado, 18 de agosto de 2012

HORA da POESIA - Reginaldo Honório da Silva - O ADEUS DO OBSCENO

O ADEUS DO OBSCENO
© Reginaldo Honório da Silva
 
 
O Obsceno fechou os olhos e disse adeus
Não estive presente na despedida
Mas tenho em minha coletânea o seu legado
Não! Pelo amor de Deus!
Não tem nada a ver com as calcinhas
Distribuídas em alguns shows!!
Mas sim com a melodia cantada
Nas rádios da minha infância
E nas TV em preto e branco
Com tela de três cores
Para imitar a TV colorida dos ricos
As melodias que nada tinham de obscenas
Fosse o samba canção do início
Da sua jornada musical
Ou o romantismo da “Moça” e da “Gazela”
Da sensualidade da romântica
De “Eu Já Tirei a Tua Roupa”
“Deus Te Proteja de Mim”
Passando pelo sentimentalismo
De “Coisa Cristalina” e “Chora Coração”
Pelo medo de amar explicitado
Em “Senhorita, Senhorita”
À quase pornografia explicita
De “Gostosa”, “Safada” e “Obsceno”
Cantavam aos corações do mundo
O amor em todas suas formas
Seja ela romântica ou sensual
Muitas delas estão na minha coletânea
Fizeram parte dos meus sonhos adolescentes
Foram temas das minhas ilusões
E um indelével prazer de bem estar
Embalado em suas belas canções
Em seus belos batucados
E em sua forma quase indecente
De falar de amor, decentemente.
O Obsceno fechou os olhos e disse adeus
Mas deixou suas canções na despedida
Para enfeitar sonhos e adoçar lembranças.
 
Rio Claro, 08 de fevereiro de 2012.

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