- Estou cansada dessa conversa – diz a Princesa Menina aos seus botões.
- O que está murmurando ai Princesa? – pergunta a Rainha Menina.
- Dessa conversa mole do Príncipe. É sempre a mesma coisa. É sempre a mesma desculpa. Quando ele começa a falar de uma determinada forma eu sei muito bem o que ele vai dizer.
- Está faltando diálogo menina. E dialogar significa que um fala e o outro ouve e depois um ouve e o outro fala. Definitivamente, não é diálogo quando um só fala e o outro só ouve.
- E eu e ele não temos diálogo? Claro que temos. Falamos o tempo todo. Infelizmente só estamos acumulando acusações e ofensas.
- Claro filha. Infelizmente é o que mais acontece nas relações. Os dois falam, mas nenhum dos dois ouve! Os dois estão abarrotados de suas próprias verdades, atolados de suas próprias convicções e, portanto, indisponíveis para se interessar pelas verdades do outro.
- Bom, mesmo assim Rainha, eu gostaria de tentar salvar meu relacionamento com o Príncipe. O que me aconselha?
- Filha, antes de começar uma conversa, especialmente aquelas mais difíceis, para as quais já vai tensa, você deveria se esvaziar de teus conceitos e preconceitos. Dessa maneira chegaria de fato ouvir o que ele tem a lhe dizer. Isso sim é desejar o consenso, é querer realmente um entendimento; é saber o verdadeiro significado da chance soberana que nos é dada de nos relacionarmos com as pessoas, seja lá sob qual pretexto for. O que importa de fato não é o tema discutido nem tampouco a sua opinião. O intuito de se aprender a ler o coração do outro isto é, ouvir o que ele tem a dizer, vai além de qualquer assunto : apresenta-se como o único caminho que nos conduz à oportunidade de nos tornarmos pessoas melhores.
Walkyria Garcia
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