Gosto de perambular pelos supermercados. Melhor ainda pelas feiras livres. Mas o que mais me atrai é realmente o Mercado Municipal. Seja o de São Paulo ou de Salvador, são imbatíveis.
No Mercado Municipal de São Paulo encontro todos os queijos, realização de meus sonhos mais eróticos. Sim, eróticos, pois sempre me imagino comendo um camembet acompanhado de um bom vinho e acompanhada de um bom acompanhante. Queijos e vinhos, uma combinação perfeita de matéria acumulativa de gordura dispensável. Mas que é delicia, disto não há duvidas.
Já no Mercado Municipal de Salvador encontramos de tudo, menos queijo e vinhos. O engordante fica na parte externa do dito mercado. Deliciosos acarajés servidos por enormes baianas caracterizadas, que mereciam sem duvida o “selo de qualidade” pela sua honestidade : comam como eu e engordem com eu também.
Foi no interior do Mercado Municipal de Salvador, entre milhões de bugigangas que nos dão um frenesi de compras, que encontrei o mais atual e revolucionário alimento trazendo em sua embalagem, escrito em letras garrafais: ALIMENTA E NÃO ENGORDA.
Ôpa! Será que encontrei na culinária baiana o alimento ideal para minha propensão a obesidade. Nossa, esta palavra me dá calafrios. É uma mistura de obe+idade. Dispenso freneticamente as duas.
Peguei a caixinha para ler melhor sua composição, e constatei: “Não tem colesterol, não tem açúcar, não engorda”. Fiquei ainda mais interessada. Continuei lendo : Ingredientes: aromatizantes, acidurantes, alcalinizantes, antioxidantes, emulsificantes. E em letras miúdas, mas em vermelho, “laxantes”. Caramba, só faltou “meliantes”.
Mas qual meliantes o quê! Baiano não é dado a enganar quando se trata de comida, lembrei-me. Foi então que perguntei para a vendedora:
- Pode me dizer qual a função disto? – falei mostrando a caixinha.
- Ó xente, comer é claro.
- Alimenta?
- Não!! – respondeu taxativa.
- Mas então serve prá que?
- Olha “minina”, se quiser se alimentar é lá fora, nas barracas de acarajés. Nutrem, mas tem efeitos secundários. Este não.
- Deixe-me ler as informações nutricionais. Peguei a caixinha e li: Inteiramente isento de valor calórico, carboidratos, de sais minerais, proteínas, de fibras ou vitaminas.
- Puxa, é um alimento que não tem nada, nem a favor e nem contra, muito pelo contrário.
- Viu? É o único produto do mundo com o qual a “minina” não precisa se preocupar.
- Sim, é claro! Mas isso é o que me preocupa...
Walkyria Garcia
No Mercado Municipal de São Paulo encontro todos os queijos, realização de meus sonhos mais eróticos. Sim, eróticos, pois sempre me imagino comendo um camembet acompanhado de um bom vinho e acompanhada de um bom acompanhante. Queijos e vinhos, uma combinação perfeita de matéria acumulativa de gordura dispensável. Mas que é delicia, disto não há duvidas.
Já no Mercado Municipal de Salvador encontramos de tudo, menos queijo e vinhos. O engordante fica na parte externa do dito mercado. Deliciosos acarajés servidos por enormes baianas caracterizadas, que mereciam sem duvida o “selo de qualidade” pela sua honestidade : comam como eu e engordem com eu também.
Foi no interior do Mercado Municipal de Salvador, entre milhões de bugigangas que nos dão um frenesi de compras, que encontrei o mais atual e revolucionário alimento trazendo em sua embalagem, escrito em letras garrafais: ALIMENTA E NÃO ENGORDA.
Ôpa! Será que encontrei na culinária baiana o alimento ideal para minha propensão a obesidade. Nossa, esta palavra me dá calafrios. É uma mistura de obe+idade. Dispenso freneticamente as duas.
Peguei a caixinha para ler melhor sua composição, e constatei: “Não tem colesterol, não tem açúcar, não engorda”. Fiquei ainda mais interessada. Continuei lendo : Ingredientes: aromatizantes, acidurantes, alcalinizantes, antioxidantes, emulsificantes. E em letras miúdas, mas em vermelho, “laxantes”. Caramba, só faltou “meliantes”.
Mas qual meliantes o quê! Baiano não é dado a enganar quando se trata de comida, lembrei-me. Foi então que perguntei para a vendedora:
- Pode me dizer qual a função disto? – falei mostrando a caixinha.
- Ó xente, comer é claro.
- Alimenta?
- Não!! – respondeu taxativa.
- Mas então serve prá que?
- Olha “minina”, se quiser se alimentar é lá fora, nas barracas de acarajés. Nutrem, mas tem efeitos secundários. Este não.
- Deixe-me ler as informações nutricionais. Peguei a caixinha e li: Inteiramente isento de valor calórico, carboidratos, de sais minerais, proteínas, de fibras ou vitaminas.
- Puxa, é um alimento que não tem nada, nem a favor e nem contra, muito pelo contrário.
- Viu? É o único produto do mundo com o qual a “minina” não precisa se preocupar.
- Sim, é claro! Mas isso é o que me preocupa...
Walkyria Garcia
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