quinta-feira, 11 de março de 2010

**LINDO DIA 10/03/2010...é o que te desejo, a minha maneira


Estava a Rainha Menina triste e pensativa, sentada no riacho que corta o Reino Encantado, quando dela se aproximou a Princesa e carinhosamente perguntou:

- O que te aflige Rainha Menina?

- A saudades do Rei Menino.

- Pois ao vê-la assim tão desesperançada me vem forte a certeza de não querer amar ninguém.

- Ah querida, não escolhemos a quem amar e nem mesmo Amar. É o Amor que nos escolhe. Chega e toma conta de nosso Ser, pois na essência somos Amor.

- Pois não vou permitir ter meu Coração tomado pelo Amor!

- Filha - respondeu a Rainha Menina - você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz?”

- Nem sabia que havia diferença!

- Pois há. Venha, vamos até a nascente do riacho.

E seguiram as duas por entre a ravina para observar a nascente. Em lá chegando diz a Rainha Menina:

- Veja Princesa querida, as pedras na nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas. À proporção que elas vão sendo carregadas pelo rio, sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas. As arestas vão sumindo. Vamos observar mais lá abaixo.

Em lá chegando diz a Rainha:

- Observe que aqui elas ficam mais orgânicas, menos toscas, mais suaves, lisas, e o melhor. Vão ficando cada vez mais parecidas com as outras, sem necessariamente serem iguais. Quanto mais longo o curso do rio, mais evidente é o fenômeno

- É a mesma coisa com as nossas vidas - continuou dizendo. Se nos permitimos estar em contato com as pessoas, sendo conduzidos pelo rio da vida, vamos, no “atrito positivo” com o próximo, eliminando arestas, desbastando diferenças, parecendo-se e harmonizando-se mais uns com os outros, sem necessariamente perdermos nossa identidade. Não nego que alguns desses contatos e atritos nos deixam marcas, tiram lascas de nós. Mas mostre um coração sem marcas e lhe mostro um coração que não amou, que não viveu. Um coração que não chorou, nem sentiu dor. Um coração sem sentimentos. E sentimentos são o tempero de nossa existência. Sem eles, a vida seria monótona, árida. O fato é que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato.

- Passar pela vida sem se permitir o contato próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar. É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa. Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu Ser várias marcas de pessoas extremamente importantes. Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônica, mais integrada. Outras, sem dúvida, com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas. Faz partes. Reveses momentâneos. Servem para o crescimento. A isso chamamos experiência.

Portanto minha menina “atrite-se”. Não existe outra forma de descobrir o Amor. E sem ele a vida não tem significado.


Walkyria Garcia

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