- Ai que raiva! – gritava a Princesa, de tal forma que o eco de sua fúria ecoava por todo o Reino.
Apressou-se a Rainha Menina em socorrê-la, questionando:
- O que está acontecendo Princesa?
- É o Príncipe que me tira do sério. É comum ele falhar no que combinamos alegando que está preso a outros compromissos. Diz sempre que gostaria de ser livre para poder agir, mas não vejo nenhuma atitude de sua parte para se libertar.
- Entendi querida. Gostaria agora que entendesse uma estória que vou te contar.
Era uma vez um grande samurai, que vivia perto de Tóquio.
Mesmo idoso, se dedicava a ensinar a arte zen aos jovens.
Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos, apareceu por ali.
Queria derrotar o samurai e aumentar sua fama.
O velho aceitou o desafio e o jovem começou a insultá-lo, chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou insultos, ofendeu seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.
No final do dia, sentindo-se já exausto e humilhado, o guerreiro retirou-se.
E os alunos, surpresos, perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.
- Se alguém chega até você com um presente e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo! - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. E também para as falhas de comportamento. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem o carregava consigo.
A sua paz interior depende exclusivamente de você.
As pessoas não podem lhe tirar a calma.
“Só se você permitir...”
Walkyria Garcia
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