Lá nos confins do Reino Encantado há duas propriedades, pertencentes a dois irmãos, cuja divisa é um riacho alegre e saltitante.
Por anos e anos, ao findar o dia, os dois irmãos percorriam uma longa estrada que margeava o riacho para poderem atravessá-lo e se encontrarem. Os dois muito se amavam e por toda a vida partilhavam tudo. Ferramentas, colheitas, sonhos, alegrias e tristezas.
Até que um dia se desentenderam. Começou como uma discussão boba e terminou com troca de ofensas mútuas.
E a partir daí, não mais se falaram, cada um fechado em sua própria verdade.
O tempo passou. Quando o trabalho os levava até o riacho, se olhavam, viravam as costas um para o outro, e seguiam trabalhando em silêncio.
Certa manhã, um dos irmãos ouviu baterem à sua porta. Foi atender e lá estava um homem com uma caixa de ferramentas de carpintaria na mão. Este disse:
- Estou procurando trabalho. Talvez você tenha algo para eu fazer.
- Tenho sim. Lá perto do celeiro tem uma pilha de madeira. Quero que construa uma cerca bem alta na beira do riacho. Briguei com meu irmão e não quero vê-lo quando for trabalhar por lá.
- Entendo, respondeu o carpinteiro. Fique certo que farei um trabalho que o deixará satisfeito.
- Ótimo. Vou ter que ir até a cidade. Vamos até o celeiro que lhe mostro o material. Quando eu voltar da cidade espero que o serviço já esteja pronto.
O carpinteiro trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra, ao mesmo tempo que o fazendeiro retornava. Porém, seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca!
Em seu lugar estava uma ponte que ligava um lado do riacho ao outro.
Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou:
Em seu lugar estava uma ponte que ligava um lado do riacho ao outro.
Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou:
- Você fez uma linda ponte, mas o que eu pedi foi uma alta cerca.
Ao erguer seus olhos para a ponte mais uma vez, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com seus braços abertos.
Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram um na direção do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte.
Felizes com o reencontro, viram o carpinteiro arrumando suas ferramentas e partindo.
- Não vá ainda, espere! Fique conosco mais alguns dias. Tenho muitos outros trabalhos para você fazer.
E o carpinteiro respondeu:
Ao erguer seus olhos para a ponte mais uma vez, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com seus braços abertos.
Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram um na direção do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte.
Felizes com o reencontro, viram o carpinteiro arrumando suas ferramentas e partindo.
- Não vá ainda, espere! Fique conosco mais alguns dias. Tenho muitos outros trabalhos para você fazer.
E o carpinteiro respondeu:
- Adoraria ficar. Mas tenho muitas outras pontes para construir. Lembre-se sempre em atravessar esta sua ponte. Ela irá te conduzir a Luz, a Paz e ao Amor.
Walkyria Garcia