sexta-feira, 18 de novembro de 2011

**LINDO DIA 15/09/2011... é o que te desejo, a minha maneira


- Bom dia com muita alegria. – diz a Rainha Menina.

- Bom dia Rainha, diz a Princesa transtornada.

- Por que esta agonia criança?

- Estou injuriada com as demais princesas que tiveram a audácia de pegarem minhas frutas e repartirem entre todos.

- Pegaram suas frutas...sei. Esta situação me lembra a estória da dona onça.

- Estória? Onça?

- Sim, vou te contar.

"Ao voltar de um exaustivo dia de caça, trazendo segura nos dentes uma pequena corça, a onça encontrou sua toca vazia. Imaginando que os filhotes estivessem nas imediações, pôs-se a procurá-los com diligência. Olhou e examinou cada canto, sem encontrá-los. Preocupada com a demora que se tornava séria, desesperou-se e tomada de pânico esgoelou-se em urros que encheram de espanto toda a floresta.
Uma anta decidiu indagar a respeito da ocorrência. Chegando junto à toca viu a onça desatinada e então, jeitosamente, procurou saber dela o que estava acontecendo.

"Devoraram-me os filhotes!" - gemeu a onça. "Infames esses caçadores que cometeram friamente o maior de todos os crimes: mataram os meus filhos".
A anta conciliadora, porém franca, não deixou que a oportunidade se passasse sem que ela dissesse à onça certas verdades que embora dolorosas, careciam ser ouvidas por ela naquele momento.
Então lhe falou:

"Mas senhora onça, se analisar bem o fato, há de convir que suas acusações não procedem. Perdoe-me a franqueza, nessa hora de desespero. Respeito a sua dor, mas devo dizer-lhe que os caçadores fizeram apenas uma vez aquilo que a senhora pratica todos os dias. Não pode negar que vive sempre a comer os filhotes dos outros, não é verdade? Ainda agora mesmo acabou de abater um filhote de corsa".
Tomada de indignação, a onça arregalou os olhos como que espantada pela coragem e atrevimento da anta, falando com um ódio mortal:

"Oh, estúpida criatura! É isso que você tem a dizer para consolar o meu coração ferido pela dor? Com que direito você se atreve a comparar os meus filhos aos filhotes dos outros? E como pode comparar o meu sofrimento e desolação ao dos demais? É preciso considerar primeiro a minha posição, em relação à dos outros animais, para depois ponderar sobre a situação".
Foi nesse momento que um velho macaco, bem do alto do seu galho assistia ao diálogo, falou como quem está revestido de autoridade:

"Amiga onça, é sempre assim, a dor alheia só atinge aos sensíveis, jamais aos egoístas.”

Walkyria Garcia

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