EU NÃO APRENDI TOCAR VIOLÃO
© Reginaldo Honório da Silva
O Poeta da Estrada
Na véspera do ano novo viajei na música de Gilliard
Me espalhei pela poética caipira rimada de Tião Carreiro
Caminhei no sertão brasileiro de Tonico e Tinoco
E sonhei com as canções que Roberto fez para nós os outros
Quando se passava a magia entre o que fica o que vem
Na mistura encantada dos segundos finais e dos segundos iniciais
Entre tanto que podia pedir... Sei lá o fim das guerras
O fim da fome e a consagração paz eterna entre os homens
Pedi somente a capacidade de dedilhar um bem tocado um violão
A poesia eu trago – se bem poetada ou não... – nas minhas veias
Nos encantos que roubo de alguém que sorri ou fala com graça
Dos encantos que ainda sobrevivem na natureza retalhada
Sem mesmo agradecer pelas glórias tantas do ano passado
Remoí no meu íntimo mais secreto que talvez nem eu conheça
Me julgando incompetente e culpado pela minha maior frustração
Pois eles fazem poesia como eu e eu nunca aprendi tocar violão.
Rio Claro, 02 de janeiro de 2011.
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