ESSE SER CHAMADO AMOR
© Reginaldo Honório da Silva
O Poeta da Estrada
Quando lhe atiram pedras
Ele ofereceu uma flor
Quando lhe bateram na cara
Ele ofereceu a outra face
Quando lhe cuspiram no rosto
Ele ofereceu um sorriso
Não, não me refiro ao Cristo
Nem estou falando de religião
É ao amor que faço alusão
Esse indecifrável sentimento
Feito agulha puxando uma linha
Cosendo as cicatrizes do coração
Ah! Esse amor de todos os dialetos
Esse indescritível e perfeito ser
Que na tempestade é calmaria
E no deserto é oásis
Esse mesmo maravilhoso ourives
Alquimista no dom de amar
Ministro das mais longas cartas
E dos mais curtos romances
Com sua agulha e sua linha
Transpassando as feridas
Cosendo dor por dor
Como se delas fosse dono
E de sorriso na face
Constrói um castelo
Cercado de infindáveis jardins
Para que não lhe faltem flores
Se sorrir não basta às desventuras
Basta o amor, esse inviolável sentimento.
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