A LÁGRIMA E O PRIVILÉGIO DE AMAR
© Reginaldo Honório da Silva
O Poeta da Estrada
I
Estou no meio de uma lágrima
Braçadas fortes... Não alcanço a margem
Há uma ilha no horizonte
Gaivotas sobrevoam aos montes
O vento abana as palhas dos coqueiros
Não há porto para ancorar
Náufrago em meio dessa lágrima
Rabisco rotas traços retas
O Cruzeiro do Sul às minhas costas
Se não perdi ainda o rumo
Se sol estiver poente como imagino
E uma pilha de ilusões para carregar
Não sei se insisto ou me entrego
Se aceito tudo ou renego
Ou simplesmente deixo de amar.
II
Se amar fosse somente um privilégio meu
Renegaria urgentemente a todo amor
Poria em dia meus fracassos
Desprezaria os teus braços
Para viver sem medo de chorar
Não me afogaria jamais
Na lágrima que me guarda a contragosto
Daria os braços fortes ao abraço
De uma chegada sem partida
Aportado eternamente nessa ilha
Onde gaivotas sobrevoam aos montes
Rede amarrada nos coqueiros
Para te amar os dias inteiros
Se fosse amar somente um privilégio meu.
Rio Claro, 03 de maio de 2011, às 09h00min.
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