O RUÍDO D’ UMA LÁGRIMA
© Reginaldo Honório da Silva
O Poeta da Estrada
Catei pedaço por pedaço
De algum esboço dos seus traços
Rebuscados num cantinho da amargura
Rabiscados num restinho de esperança
E colei na tempestade
Eu queria que um raio apagasse
De uma vez para nunca mais
Qualquer sentimento que fizesse alarde
Pondo-me genuflexo aos pés da Santa Cruz
Olhos e coração em oração...
A cada relampejar entre os trovões
O céu desenhava na aba das nuvens
O seu retrato sorrindo pra mim
Postados em meus ombros
O anjo mal exigia vingança
O anjo bom rogava perdão
O amor não tem par ou ímpar
Não ocupa o trono do peito
Por maioria judicial
Ou por maioria de votos
Nem vingança nem perdão
Apenas o silêncio amargo
Quebrado pelo ruído d’uma lágrima
Que a tempestade não conseguiu abafar.
Rio Claro, 28 de maio de 2011, às 10h30min.
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