- Bom dia Princesinha. Fazendo o quê nesta manhã tão linda?
- Matando a Saudades que sinto. O Príncipe escreveu e vai demorar a chegar.
- O que diz pequena Princesa? Matar a Saudades?
Para a Saudades ser verdadeira tem que ser perene.
- A minha é verdadeira Rainha. Mas dói!
- Saudades é isso mesmo querida. Nunca nos deixa sozinhos, é uma companhia constante. Isso sem mencionar que quando matamos uma saudade estamos matando um pouquinho de nós mesmos e tudo o mais que esteja envolvido com a própria.
- Sente Saudades Rainha?
- Eu tenho Saudades de tudo. Tenho Saudades de lugares, saudades de cheiros, Saudades dos beijos e abraços do Rei Menino, até mesmo Saudades de mim.
- Nossa, quantas Saudades. Te faz sofrer muito?
- Sofrer? Não querida. A Saudades é para ser curtida. Me faz lembrar agora as Saudades que sinto dos que já partiram do meu viver. A Saudades é como uma fome que não passa. Então a curto como vinagrete. Devo admitir porém que a danada da Saudade rouba nossa tranqüilidade.
- Ah minha Rainha, comparar Saudades com vinagrete??
- Então está bem. Vou compará-la com uma estrela de brilho intenso. Quando chega a noite ela brilha tanto que chegamos a sufocar. De dia desaparece, somente deixando um rastro de sua Luz.
- Acredita então que não devo matar a Saudades?
- Não deve não querida. Saudade não é para ser morta, é para ser suavizada, amenizada, saciada e às vezes embalada. Já pensou como vazio seria nosso viver sem Saudades?
Walkyria Garcia
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