quinta-feira, 2 de setembro de 2010

**LINDO DIA 29/08/2010...é o que te desejo, a minha maneira


Trago dos bancos escolares a lembrança de um dos mestres que insistia na necessidade de fazermos um curso de oratória.

- Advogado que não sabe se expressar – dizia ele – é uma “causa perdida”.

Sem sombras de dúvidas existe a necessidade primeira no exercício desta profissão de que tenhamos, além de conhecimento o dom da palavra. É através da palavra, seja ela escrita ou verbal que podemos expor o Direito.

Agora, traga isso para o dia-a-dia.

É um tal de blá-blá-blá infindável, que caem no vazio porque não há, na maioria das vezes, consistência no discurso.

Nos acostumamos a falar de nossos “direitos”, mas fazemos ouvidos mocos para ouvir nossas “obrigações”.

Será, fico me perguntando, que se houvesse um curso de “escutatória” haveria alunos matriculados?

Não acredito...todos querem aprender a falar, mas ouvir...

Escutar é complicado e muito sutil.

Via de regra não agüentamos ouvir o que o outro tem a dizer sem querer dar um palpite melhor...

Arrogância e vaidade!

Não basta ouvirmos o que o outro fala. É preciso que nosso interior esteja em silêncio para assimilarmos a idéia expressa e descobrirmos as sutilizas daquilo que não é verbalizado. As vezes, no silêncio da expressão encontra-se a verdade do sentir.

Para que possamos ouvir realmente, não basta o silêncio de fora. É indispensável o silêncio interior. Na ausência de pensamentos passamos realmente a ouvir o que nos é dito. E precisamos ainda em silêncio ponderarmos para entendermos realmente o que estão querendo nos transmitir.

Igual ao pianista que antes de sua apresentação aquieta-se. Recolhe-se ao silêncio de sua alma para “ouvir” a melodia que irá executar com maestria.

Quando o silêncio se faz dentro ouvimos o que as palavras não dizem.

É no silêncio da alma que podemos ouvir Deus.

Walkyria Garcia

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