O TEU SILÊNCIO
©Reginaldo Honório da Silva
O Poeta da Estrada
O teu silêncio é um ponto de interrogação
Não sei se me castigas imputando-me
Crise de consciência
Se me desprezas por dar palavras à razão
Ou se te calas somente por “mea culpa”
Impondo-lhe auto punição
Por nosso desencontrado amor
As sensações da tua pele em minha pele
Dos nossos poros trocando suor
Num corpo a corpo de sã pornografia
Há muito não me são reais
Há muito não me são esquecidas
Sinto o mesmo afã guloso
Devorando nossos sentidos
Engolindo nossos gemidos
Abusando das nossas vontades
Dominando nossos corações
Num romance de paixão ardente
Além do corpo... dentro da mente...
Mas hoje esse teu silêncio me interroga
Como juiz do amor clandestino
Como juízes da inquisição
A cobrar-me por teus beijos ardentes
Por teus lábios de poético sabor
Por teus olhos de estrela guia
Por teus cabelos de vil metal amarelo
Por teu corpo de puro prazer e pecado
Como se nossos encontros furtivos
Fossem a pior das heresias
Não sei se te calas por meu castigo
Ou crise de consciência
Basta a mim sabê-la ainda viva
Além do teu silêncio.
Rio Claro, 13 de setembro de 2010.
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